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O que é a terapia humanista?

A terapia humanista leva em consideração as capacidades da pessoa, trabalhando um olhar integral para o ser humano, sempre o colocando em posição de potência e criatividade.

O foco dessa abordagem não é olhar o indivíduo como vítima da sua trajetória, mas como um agente de transformação da sua própria vida. Isso significa que a psicologia humanista acredita que a construção e a preservação do bem-estar resultam na autorrealização.

As pessoas, portanto, são analisadas como livres e criativas para tomar decisões e se comportar da maneira que considerarem mais adequada. Esse ponto de vista é o oposto à psicologia comportamental, em que é fortalecida a crença de que os comportamentos humanos são resultado de estímulos provenientes do meio, mas que podem ser alterados por meio de uma reprogramação.

Na terapia humanista, as emoções, necessidades, objetivos e qualidades do indivíduo são destacados. Para desenvolver seu potencial, é preciso entender que é necessário cuidar de si mesmo e se valorizar.

PDe maneira geral, é indicada para quem deseja olhar para si mesmo como ser humano único e total. Um ponto importante é o fato de que, por não considerar apenas transtornos, essa abordagem é mais adequada para quem não vivenciou traumas ou conflitos muito grandes.

O humanismo vai além da psicologia. Trata-se de um movimento histórico-cultural focado em trazer reflexões mais centradas no ser humano e que surgiu no século XV, na Itália.

Nesse período, substituiu o teocentrismo, que colocava Deus como centro de tudo, pelo antropocentrismo, que tem o homem como foco. A partir daí, várias revoluções nasceram nas artes, literatura e, é claro, na psicologia também.

A psicologia humanista, por sua vez, surgiu nos anos 50 como um questionamento do behaviorismo (foco no comportamento do homem) e da psicanálise (foco no inconsciente e em sua reação aos acontecimentos do passado).

Ela vai contra esses dois pensamentos por acreditar que são pessimistas e focados em sentimentos ruins, trágicos. Além disso, os defensores dessa abordagem também afirmavam que tanto o behaviorismo como a psicanálise eram deterministas, o que significa que os acontecimentos do momento presente são baseados em causas passadas.

A terapia humanista nasceu a partir da ideia de que a essência humana é naturalmente boa e capaz de superar adversidades que cruzam o seu caminho. Ao levar em conta as escolhas pessoais e a natureza individual, o foco é o positivismo e as qualidades do ser humano.

Os dois maiores teóricos e fundadores dessa linha terapêutica são Abraham Maslow e Carl Rogers.

Maslow criou a famosa Pirâmide de Maslow, que engloba a hierarquia de necessidades do ser humano. E Carl Rogers contribuiu com a perspectiva focada na capacidade de cada pessoa e não na doença.

Isso significa que ele acreditava que cada um é capaz de encontrar o próprio tratamento para as suas enfermidades, ou seja, as pessoas são responsáveis pelas mudanças que querem ver em si mesmas.

Maslow contribui para a terapia humanista por meio da sua pirâmide de necessidades, que é traz uma escala de necessidades humanas visando a autorrealização e o aprimoramento pessoal.

A pirâmide explica o foco nas capacidades positivas do ser humano. Cada vez que uma necessidade é satisfeita, uma nova é apresentada e, assim, o indivíduo continua buscando satisfação a fim de encontrar o equilíbrio pessoal e o bem-estar emocional.

Em seguida, confira quais são as necessidades da pirâmide, partindo das consideradas mais básicas, que ficam na base da mesma:

Fisiológicas: essenciais para a sobrevivência humana, como água, sono e comida;

Segurança: qualquer tipo de segurança que preserve o físico e emocional da pessoa, por exemplo, financeira, de propriedade etc;

Sociais: diz respeito à relação com outras pessoas e pertencimento, seja em termos de amor, amizade ou família;

Estima: refere-se ao status e ego pessoal, relacionado à autoconfiança, autoestima etc;

Realização pessoal: é o topo da pirâmide, quando todas as outras necessidades são supridas e a pessoa consegue aproveitar o seu próprio potencial com controle das suas ações, criatividade e independência para se sentir feliz em todas as áreas da sua vida.

Na terapia humanista o paciente é convidado para refletir sobre seus pontos fortes e fracos, talentos e qualidades, assim como experiências positivas que são uma consequência dessas características. O foco é auxiliar na reconexão com a sua essência.

Na prática, funciona por meio de atendimentos personalizados com base nas necessidades de cada indivíduo. Por meio de um exercício contínuo de empatia, o terapeuta visa ajudá-lo na superação de suas dificuldades e no desenvolvimento do seu máximo potencial.

Ao longo das sessões, acontece um diálogo honesto e o paciente é sempre estimulado a expressar pensamentos, anseios e sentimentos. O terapeuta trabalha sem julgamentos e não utiliza diagnósticos, focando apenas no próprio paciente e em seus pontos fortes, que são importantes para que a pessoa compreenda o que precisa fazer para resolver as suas queixas.

A abordagem humanista não é utilizada somente para tratamento de questões de saúde mental, mas também é muito valiosa para quem deseja se entender melhor e alcançar a realização pessoal.

Além disso, visto que a criatividade é um dos pilares dessa abordagem, o psicólogo também pode utilizar exercícios de escrita, pintura ou desenhos para promover a expressão do paciente.

De forma geral, portanto, a terapia humanista é excelente para auxiliar as pessoas que desejam obter profundo conhecimento sobre si mesmas, realizar seus desejos e fortalecer a autoestima, o bem-estar e o autocuidado.