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TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo – Sinais e tratamentos

O Transtorno Obsessivo Compulsivo é ao mesmo tempo uma condição muito comentada na atualidade e não compreendida pelas pessoas. Caracterizado por pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos, o transtorno gradualmente ganha espaço na vida diária de quem tem esse diagnóstico.

Os rituais comportamentais que se originam dos sintomas começam a tomar tempo (cerca de mais de uma hora por dia) e causar sofrimento emocional.

Vergonha e medo do julgamento de familiares, amigos e desconhecidos são comuns tanto em quem recebeu um diagnóstico quanto em quem ainda tenta entender a própria conduta. A busca por tratamento ao notar os primeiros sintomas se faz importante por essas e outras razões.

Se você já navegou pelas redes sociais e se perguntou o que é TOC ao ver pessoas utilizando essa sigla em suas postagens, entenda que não se trata de mania de organização, preocupação excessiva com limpeza e higiene pessoal ou sentimento desagradável causado por assimetria.

Embora seja um termo utilizado popularmente para se referir a esses comportamentos, o TOC é um transtorno mental que pode ser incapacitante se não tratado.

Obsessões e compulsões são os principais sintomas. O primeiro se refere a pensamentos, impulsos ou imagens persistentes e intrusivas consideradas indesejadas pelos indivíduos. O último é caracterizado por comportamentos ou atos mentais repetitivos, os quais são igualmente indesejados.

Se você acredita ter “mania de limpeza” ou “mania de organização”, saiba que elas diferem dos sintomas do transtorno. Elas somente configuram um quadro de TOC quando apresentam prejuízo para a sua vida a nível emocional, psicológico, social, profissional, entre outros.

Isto é, quando atrapalham o aproveitamento de experiências boas, desempenho profissional, execução de atividades comuns, relacionamentos, autoestima, entre outros.

Os sintomas do TOC se manifestam de formas diferentes, podendo dominar completamente a forma como as pessoas com esse transtorno agem, sentem e pensam. Existem três sintomas principais, conforme visto abaixo.

Obsessões: pensamentos obsessivos que envolvem limpeza, contaminação por germes ou vírus, dúvidas, preocupação com objetos desalinhados e medo de possíveis tragédias acontecerem consigo ou com pessoas amadas. Esses devaneios ilógicos causam muita ansiedade;

Compulsões: para aliviar a tensão e apreensão, o indivíduo engaja em determinados comportamentos repetitivos. Eles envolvem limpar cômodos, objetos e o próprio corpo, repetição, contagem, organização, entre outros; e

Rituais: ambos os sintomas mencionados são anteriormente acomodados em rituais. Eles podem ser diários, semanais ou espontâneos. Eles são realizados a partir de regras rígidas criadas pelo próprio indivíduo.

O TOC tem início entre os 19 e 20 anos, mas também é possível que se manifeste por volta dos 14 anos, de acordo com o DSM V. Cerca de 30% das pessoas diagnosticadas com essa condição já tiveram um transtorno de tique (movimentos involuntários, repetitivos e rápidos).

Ainda não foi especificada uma causa única para o TOC, porém o DSM V aponta alguns fatores como contribuidores para seu surgimento. Traumas, negligência dos pais, abuso físico ou sexual, experiências negativas e inibição constante na infância podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno.

Da mesma forma, crianças que contraíram doenças infecciosas podem se tornar adultos extremamente preocupados com saúde e higiene pessoal.

Pessoas cujos parentes de primeiro grau têm ou já tiveram o transtorno têm mais propensão a desenvolvê-lo. As chances são ainda maiores quando os parentes experienciaram os primeiros sintomas na infância ou adolescência.

Há, ainda, estudos que fazem a associação da causa do transtorno obsessivo compulsivo a deficits na comunicação entre regiões do cérebro que utilizam serotonina. Alguns pacientes também apresentam diferenças no córtex frontal e estruturas subcorticais do cérebro, segundo pesquisas.

Quando uma pessoa com suspeita de TOC visita um médico ou psicólogo, ela é questionada sobre seu histórico familiar, histórico de saúde e experiências de vida. Dessa maneira, os profissionais da saúde conseguem associar alguns elementos ao surgimento do transtorno, mas não especificar uma causa.

O tratamento para o transtorno obsessivo compulsivo tipicamente é feito com medicamentos psiquiátricos, psicoterapia ou uma combinação de ambos. O modelo mais adequado de tratamento é recomendado pelo médico ou psicólogo.

É comum que pessoas com essa condição também tenham ansiedade ou depressão devido ao medo, vergonha e estresse causado por ela. Assim, o tratamento para cada transtorno é feito separadamente.

A terapia é um tratamento eficiente tanto para crianças e adolescentes quanto para adultos com TOC. A terapia cognitivo-comportamental (TCC), em particular, demonstra bons resultados com esses pacientes.

O foco dessa abordagem psicológica é substituir padrões de comportamento e pensamentos disfuncionais por padrões saudáveis. Deste modo, o paciente é capacitado a cuidar da qualidade de seus pensamentos e emoções de modo que impactem positivamente suas condutas e decisões.

Essa abordagem também descontrói crenças extremas e desconectadas com a realidade nutridas pelas pessoas com TOC. O psicólogo gradativamente expõe o paciente ao conteúdo das suas preocupações e ansiedade, como pensamentos catastróficos ou tabus, para que ele deixe de temê-los.

Se você ou uma pessoa próxima apresenta sintomas de TOC, não hesite em procurar um psicólogo ou psicóloga. Como mencionado, esse transtorno pode facilmente interferir na qualidade de vida das pessoas.

É importante trabalhar crenças e medos associados ao transtorno para ter uma vida mais tranquila e satisfatória!